Parque Mayer
Situado junto à Avenida da Liberdade, do lado ocidental, entre a Rua do Salitre e a Praça da Alegria, foi inaugurado a 15 de junho de 1922, e, surge de uma partilha familiar do palacete Mayer e dos seus jardins.
Entre 1918 e 1920, funcionava nesse espaço, o Club Mayer, um clube noturno de recreio e jogo.
Em 1920 o espaço exterior do Parque Mayer foi adquirido por Artur Brandão, primeiro promotor do espaço.
Em 1921 foi adquirido por Luís Galhardo, jornalista, escritor e empresário. Em conjunto com outros sócios, constituiu a Sociedade Avenida Parque, Lda., que projetou nos espaços adjacentes ao edifício do Club Mayer, um espaço de diversão noturna e um polo de atração teatral, especializado no teatro de revista.
Em 1930 Luís Galhardo vende o Club Mayer para a instalação do Consulado Geral de Espanha em Lisboa.
As décadas de 30 e de 70 do séc. XX marcam o apogeu do Parque Mayer, um sítio carismático de diversão – com barracas “dos tirinhos”, carrinhos de choque, carrosséis de feira, “roleta diabólica”, o circo do El Dorado, combates de boxe e luta-livre -, e, de boémia. O percurso político, social e cultural do país, no início dos anos 70, levou a uma renovação de autores, artistas e da própria revista à portuguesa. A esta mudança estão ligados autores como José Viana, Aníbal Nazaré, Francisco Nicholson e Gonçalves Preto que ousaram abordar assuntos até aí interditos.
Em 1932, por sugestão de Leitão de Barros, realizou-se no Parque Mayer o primeiro desfile de grupos representantes dos bairros lisboetas que, posteriormente, dará origem às Marchas Populares.
Neste espaço foram construídos vários teatros: o Teatro Maria Vitória (1922), o Teatro Variedades (1926), e o Teatro Capitólio (1931), sendo este – pelo traço de Luís Cristino Silva – um importante marco da arquitetura modernista em Portugal. Em 1956 edificou-se o último dos recintos – o Teatro ABC – que encerrou definitivamente em 1997.
Após o 25 de Abril foram colocados em cena os quadros que tinham sido interditados pela censura.
No início do séc. XXI apenas o Teatro Maria Vitória apresenta alguma atividade com espetáculos de teatro de revista, por iniciativa do empresário Hélder Freire Costa.